(Tanto tempo sem escrever... nossa... Nem sei como eu consegui. Quero de volta todo este tempo perdido!)
Eu estava aqui pensando na pergunta que li num texto de Martha Medeiros: "pra onde é que vai tudo o que a gente não vive?". Engraçado que fiquei supresa pois nunca tinha parado pra pensar nesse assunto. Não assim de uma forma tão curiosa. E foi então que me dei conta do quanto perdemos no nosso dia e do quanto deixamos de viver.
Isso me lembra um poema que compara a vida a uma peça de teatro, somos todos atores e estamos a todo momento interpretando cenas, pondo máscaras. Caramba! Isso é assustador! Pensar no ser humano assim, como alguém que está sempre interpretando. E afinal de contas, pra onde é que vai tudo o que a gente não vive?
Essa pergunta me intriga, me faz pensar nas oportunidades perdidas, naquelas frases que nunca dizemos, e nas cenas que ensaiamos mas não temos coragem de encenar.Já pensou se pudessemos fazer tudo o que nos vem a mente, o mundo seria um caos... ou não.
Por vezes fico criando e recriando cenas na minha mente. Normal! Todo mundo faz isso. Antes de dormir a mente faz um retrospecto de como foi o dia. E sempre surge um sentimento amenizado de culpa: “Porque eu disse isso?” ou “ Porque eu não agi de outra forma naquele momento?” E então a gente fica pensando que tudo poderia ter sido diferente.
Viver é muito complexo e eu ás vezes fico em dúvida quanto ao meu comportamento. Essa sensação de que tem várias mulheres dentro de mim, de que tenho várias personalidades. Fala sério! Acho que o livro da Martha Medeiros com aquela história da Mercedes me influenciou, (isso é obvio). Mas se a vida é uma grande peça de teatro, não dá pra ser uma pessoa só, tem que saber ser vários e poder interpretar múltiplos personagens. Só é estranha essa sensação de estar enganando alguém ou de estar sendo enganado.Será que então nunca somos nós realmente? Eu queria saber qual dessas mulheres sou eu.