domingo, 8 de novembro de 2009

Suicidio

Fiquei horas ali a olhar aquela parede fria e intacta a minha frente. Procurei no fundo da minha alma qualquer coisa que me reerguesse, que me fizesse voltar ao mundo real. Mas não, não encontrei motivos. A cada minuto me sentia mais empobrecida, de vida, de ar, de sonho... Como se todas a minhas caixas estivessem sendo abertas e jogadas ao vento. No fim tudo o que restou foram mesmo um monte de caixas vazias entulhadas num canto. Eu estava pobre , fraca e vulnerável.

Num desespero terrível, pus-me a desferir golpes contra meu próprio eu. Numa busca desenfreada de qualquer coisa que me fizesse voltar a consciência a sanidade. As gotas de sangue corrompiam o branco puro da parede a minha frente , que agora estava viva, respirava vida, pensamento, sonhos....

Um grito de socorro angustiante saia do fundo da minha alma, mas ninguém além de mim era capaz de ouvir, minha condenação: estava trancada na minha própria solidão.Esperei por uma voz que não fosse a minha, por outros braços e mãos que não me quisessem ferir. Por um acalento real e eterno. Não houve resposta, nem retorno, morri naquele dia.

2 comentários:

  1. NOssa que forte, bonito marcante e forte ..

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  2. ... eu acrescentaria simbólico só pra evitar futuros choques rsr
    que bom que vc gostou.

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