sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Casa silenciosa

O silêncio me invade, toma conta de mim, não é medo nem solidão... também não é tristeza. O coração tem dessas coisas. É uma sensação de angústia e paz,e uma sensação de sofrimento e liberdade, sentimentos que me assaltam a alma e por vezes choro, choro sem saber porque choro. E eu bem quisera gritar por socorro, mas sofrer sozinho não te trás responsabilidades, e não se corre o risco de não ser compreendido. É melhor estar só.
Eu olho para o lado e não vejo ninguém, e é estranho porque, não se sente falta do que nunca se teve, logo um espaço não pode ser considerado vazio, se nunca foi preenchido. Há algo que não cabe, nisso tudo: sinto falta da casa cheia, das pessoas rindo e conversando, sinto falta do cheiro de pão fresco, do aroma do café. Falta de crianças correndo, se escondendo nas ruas, mas eu cresci e não há quem preencha esse espaço. Sinto falta de um pedaço que o tempo me roubou e não devolverá jamais. Sinto falta dos amigos de escola, das confidências de menina apaixonada, sinto falta das dúvidas em matemática, sinto falta das canções de natal... sinto falta de pisar no chão do sertão, falta do cheiro de terra molhada, falta de olhar pra arquibancada e ver meu pai lá, falta de segurar nas mãos da minha mãe a caminho da escola.
A vida é mesmo muito complexa, viver é muito difícil... Quando você se sente completo, quando você se sente pronto, então você respira aliviado por tudo e quando você olha em volta e começa a procurar as coisas que você conquistou ou mesmo aquelas que lhe ofertaram e você guardou porque sabia que um dia iria precisar... quando você busca tudo isso dentro de você , de repente você descobre que não existe mais nada, que tudo é apenas pó, lembranças de algo que já não se tem. E então você se descobre já no meio do caminho. E quando olha pra trás, vê as marcas das pessoas que passaram por você, lembranças de um tempo que se foi. Então assustado e com medo você resolve olhar pra frente, e o que você vê?
Não há nada, absolutamente nada. Tudo novo. Novas escolhas que terão que ser feitas, novas paixões que virão com o tempo, novos amores que deverão ser conquistados, novos amigos que a vida irá te apresentar sem pressa, no momento certo. Mas em geral, não existe nada. Nada pronto, tudo por se fazer, por se descobrir.

Um comentário:

  1. Oi Fabi,muito lindo.Vim retribuir sua visita e seu comentário,e dizer que´vc é mesmo capaz de dar a volta por cima seja qual for o sentimento que tem lhe afligido agora.Estou te seguindo,um beijo no coração,até logo.

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