quarta-feira, 23 de setembro de 2009

No que eu acredito...

Do que adianta tantas palavras, se poucos tem coragem de ouvir... Mas ainda assim escrevo, escrevo e não me esqueço... de deixar aos poucos, pedaços meus em cada verso. Porque as palavras não se perdem, são lembradas, passa o tempo e perde-se a vida: Elas ficam pra sempre...
Tornam-se músicas, embalam paixões, e pode - se até dizer que mudam o rumo da história. Fazem das pessoas mais miseráveis, soberanas... Reis... heróis. E acredita-se que estes assim se fizeram, porque deixaram sua marca na história... mas onde estariam agora se não fosse por elas? Eles se foram, foram vencidos pelo tempo, derrotados pela vida... Mas elas continuam, com uma vivacidade que independe de qualquer um de nós ... pobres mortais. Se eu acredito, oh! sim acredito na imortalidade, por isso escrevo... e sei que não morrerei jamais.

Apenas me dói deixar tanta tristeza, miserável poeta que sou, a vida não me reservou a sorte de ser sempre feliz. Antes me negou os amores que eu quis, me roubou as pessoas que amei... e tudo que restou são marcas, de algo incrivelmente forte, mas que passou e não volta mais. Por isso escrevo, escrevo mais agora do que nunca... e me agarro desesperadamente a cada verso, a cada palavra que de mim sai sangrando, despedaçando meu ser fragilizado pela fatalidade de existir.
Não sei porque vivo, não sei onde estarei amanhã, mas sei o que quero....

 Quero me tornar canção pra voar nas asas do vento, pra cantar grandes momentos da história: guerra, paz, revolução. Quero me tornar poema.... pra sobreviver a vida, resistir a morte, vencer o tempo... e depois bem tarde descansar nas mentes de uma juventude revolucionaria e forte, e nos corações dos jovens radicalmente apaixonados... e envelhecer nas paginas amareladas de um livro, vendo as varias faces da vida de outros, e depois bem mais tarde renascer na mente e na voz de um ser desconhecido e amante de tudo que fui e um dia ainda serei.

Não sei se quero ser lembrado pelo que fui... um coração tão triste, numa solidão tão fria e vazia de tudo e de todos... Mas quero ser lembrado pelos sonhos que alimentei... pelas verdades que defendi... e por tudo o que realmente acredito. E eu ainda acredito no poder das palavras e nos colapsos de loucura que ás vezes me vem. É pena, apenas que a gente não saiba ser quem a gente é, a gente sabe fingir e acha que está tudo bem. Mas um dia sei que me verão diferente , de outro ângulo e bem mais perto de tudo o que eu tentei provar, mas que fraca poeta que sou não pude. Nada como o tempo, pra nos tornar cada vez mais e sempre reais, eternos, únicos.

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