domingo, 5 de setembro de 2010

A questão do feio

Li dia desses um trecho interessante sobre a questão do feio, A autora dizia ter feito uma reflexão sobre as histórias que lia quando era criança e sobre as novelas exibidas na tv,  e  percebeu uma constante relação sobre o que é belo e o que é feio.
"(...) As personagens apresentadas como boas e éticas geralmente não são gordas, míopes, não tem traços disformes e se mostram sensíveis e leais em suas atitudes; já as personagens centrais más são insensíveis e imorais, podendo ser gordas possuir cacoetes, trejeitos ou serem afeitas ao vicío."
Ainda influenciada pelo conteúdo de filosofia que estou estudando para as provas da faculdade me questionei a respeito : "o que é belo? O que é de fato bom? " A impressão que temos é que vivemos tudo de forma tão ficticía , tão teatral... A mídia dita o seu padrão de beleza e de moda e com isso corrompe nossas crianças, nossos adolescentes e nossas próprias personalidades. É assustador se por outro lado pensarmos que a novela imita a vida real afinal, é isso que nós somos?

Feitosa (2004) no livro Explicando a Filosofia com arte, aponta a noção de feio como algo que nos causa vergonha e que está associado a tudo que não se ajusta às regras e normas instituídas socialmente .

É fácil perceber como a sociedade camufla tudo de forma a parecer mais belo, seja nas novelas em que os atores se preocupam em usar maquiagens para esconder imperfeições, seja na vida real, em que não saímos de casa certos de que escolhemos a roupa perfeita.

Dia desses me impressionei comigo mesma. Estava no ponto já passava das 19h, estava exausta e ansiosa por chegar em casa; o tempo estava frio e devido as horas já pairava uma certa escuridão na praça do centro histórico. Um rapaz se aproximou e , meu Deus! Pelas suas roupas , pelo seu jeito de andar, pela sua aparência ... eu pensei que fosse um ladrão. Disfarçadamente transferi minha bolsa para o outro braço a fim de que ficasse mais segura, ele chegou mais perto e soltando a fumaça do cigarro no meu rosto perguntou que horas eram, eu estava com medo, e apreensiva . Descobri depois, que era um rapaz humilde que procurava uma casa para morar com sua esposa e seus filhos, e que provavelmente viria a ser meu vizinho.

Fiquei indignada com minha atitude, julgar uma pessoa pelas roupas que ela veste e pela sua aparência, Deus do céu! Caro amigo, me perdoe, somos vítimas desta sociedade cruel que nos dita regras e nos impoem obediencia incondicional.

Ora não te avisaram que a roupa suja devido ao dia intenso de trabalho deve ser trocada antes de entrar num transporte coletivo?Que não se deve sair nas ruas de chinelo havaianas e muito menos com os pés cheios de cimento?Que não se deve fumar em público e nem usar boné tapando o rosto caso não queira ser confundido com um ladrão? E que não se deve falar com estranhos ? Que não se deve fazer um monte de outras coisas em respeito a vida social? Bem vindo ao sistema meu amigo.
 
Nota: os questionamento no texto não apontam para nenhuma posição preconceituosa sobre quem quer que seja, é apenas uma critica a sociedade, aos costumes, aos padrões estipulados como certos.

Um comentário:

  1. É impressonante como os anos passam e os padrões que a mídia coloca d ebeleza continua sempre o mesmo, sempre a pessoa perfeito livre de todo e qualquer mal. É incrivel ver também como nós nos deixamos influênciar por esse padrão querendo muitas vezes nos adequar a ele de tal forma que esquecemos até dos nossos prórpios gostos, adiquirindo preconceitos. A questão do feio e do belo é uma discussão tão antiga e é algo que essa descrisão tem que sair de cada um, por isso é tão subjetiva.
    xero!

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