quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sobreviventes


Sabe eu fico pensando aqui comigo se no fim não somos todos sobreviventes.
Essa sensação de ir empurrando a sua própria vida é desgastante.
E eu queria ao menos uma vez poder saber o que é viver.
Não quero mais colecionar feridas, não quero ter de colorir a minha solidão...
Não quero ter de viver sempre fingindo, sempre atuando no palco de minhas neuroses em que eu,  pobre solitária, sou artista e sou platéia.

Me sinto tão pobre de palavras, mas o silêncio é por demais insuficiente...
e eu queria gritar pro mundo a minha dor e, assim,  quem sabe viver fosse mais fácil.
Nunca pensei que fosse tão difícil viver nessa busca de mim mesma, talvez eu nunca me reencontre.
Fico pensando no momento em que minha essência se perdeu, então eu deveria culpa-los?
Não... não posso. Então eu deveria esquecer o passado?
Não... Não consigo.

Talvez eu nunca supere a falta que eles me fazem, digo, os dois por inteiro e nós três como uma família.
Queria rasgar da minha alma essa cicatriz horrível.
Ainda não sei lidar com isso e já são dez anos nessa vivência estúpida.
Talvez eu seja mesmo uma fraca... dizem que aprendemos com a dor, crescemos enfim.
Eu não sei se eu quero crescer. Vivo a espera de uma realidade que nunca veio e que nunca virá.
Dizem que com o tempo se aprende algumas coisas com a dor, e nesse tempo todo a única coisa que aprendi é que aos poucos ela mata.

Mãe, Pai,
Perdão.

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