Os dias tem passado lentos e frios. As minhas noites são fragmentos e os meus sonhos estão cada vez mais incompreensíveis.
No meu corpo sinto que o cansaço está presente e na minha mente existe um buraco, resultado dos objetivos que ficaram para trás. Sinto saudades. Saudades de mim num tempo passado. Saudades de mim no futuro, eu odeio esse intervalo. Odeio o que sou agora: esse poço de incertezas e de solidão.
Quando a gente se encontrar, qualquer dia desses, me fale da sua vida e de como você está bem mas, por favor, não pergunte como eu estou. Não pergunte o que eu tenho feito ou o que quero fazer. Me deixe comigo nesse silêncio de mim mesma. Me respeite.
Não precisa fingir lamento ou compreensão. Se deixe ficar comigo por um momento, como quem doa carinho e afeto a um bebê rescêm- chegado, ainda que desconhecido. Segure em minhas mãos e seja sincero. No momento é só do que preciso. Se puder ficar comigo, se puder se esvaziar pra me preencher, serei grata. E se além de tudo isso me der amor, quem sabe, eu seja feliz também nos intervalos.