quarta-feira, 26 de junho de 2013

Porque Ana sente tanto medo?




Passou muito  tempo mas Ana ainda acha que não consegue fazer isso. Que não é capaz de  começar tudo de novo: todo esse lance de dividir espaço com alguém, planejar coisas ou simplesmente estar junto com alguém pra valer. 
Depois que ele se foi, Ana jurou a si mesma que jamais se entregaria tanto a uma pessoa. E desde então veio levando a  vida de maneira a se defender de qualquer possibilidade de uma aproximação  que pudesse requerer dela o menor sinal de envolvimento. Fugir é mais fácil e não dói. E Ana se cansou de sentir dor.

Durante quase dois anos ela lutou para reestruturar a sua vida porque depois que eles terminaram as  coisas ficaram meio fora de lugar. Quando você põe todas as suas expectativas em alguém e esse alguém te decepciona, você passa um bom tempo buscando no que acreditar novamente. Porque quando esse alguém não está mais lá tudo que resta é a frustração.

Até ela se desfazer de todas as coisas que pertenciam a ele levou tempo, primeiro porque ela sempre alimentou a esperança de que ele fosse voltar; e segundo, porque depois que a esperança se foi, era preciso ter ainda algumas coisas com as quais pudesse enganar a saudade.  Mas o tempo passou e  Ana foi descobrindo maneiras de cuidar melhor de si mesma.

É claro que ela sentia vontade de ligar pra ele quando as coisas ficavam difíceis, mas um minimo de amor que ainda tinha por si mesma lhe dava a coragem de suportar a madrugada sem  sequer  tocar no telefone. É claro que ela ainda chorava quando a música tema dos dois tocava no rádio, mas sempre que alguém perguntava ela dizia que estava tudo bem e que quase não se lembrava mais dele. Mentiu por um tempo e de tanto mentir começou a acreditar que fosse verdade. E com tempo passando, de tanto acreditar, aquilo realmente virou verdade.

Descobriu que estava enganada quando acreditou naquela voz interior que lhe disse que nunca mais encontraria outra pessoa. Conheceu outros caras legais, com os quais passou experiências agradáveis e viu que na verdade relacionamentos não precisam ser "eternos" para serem verdadeiros, duram o tempo que durar. E quando esses relacionamentos acabaram ficou algum tempo sozinha e nem por isso teve raiva de si mesma. Aprendeu a valorizar a própria companhia e com isso deixou de ser tão dependente da aceitação do outro, entendendo que o mais importante não é que o outro esteja sempre com você e sim que você fique bem mesmo que ele se ausente.
Se inscreveu no curso que sempre quis fazer, conheceu novas pessoas e fez amigos. Descobriu talentos, habilidades que até então desconhecia. Procurou por atividades que lhe proporcionaram uma melhor qualidade de vida e sentiu sua auto-estima melhorar significativamente. Estudou maneiras de organizar o próprio tempo a fim de fugir do estresse e do cansaço físico e psíquico. Se especializou na área que realmente gostava e decidiu investir em sua formação profissional.Tudo ficou bem novamente. Todas as feridas foram curadas e cicatrizadas e a vida de Ana voltou ao seu curso normal.

Mas todas as pessoas a sua volta se perguntam a mesma coisa : "Afinal, porque uma mulher tão bonita, inteligente e com um futuro promissor tem tanto medo de acreditar em promessas,  aceitar compromisso e pensar em viver essa "coisinha" chamada amor?"

domingo, 23 de junho de 2013

Ir em frente



A vida é uma longa estrada em que a maior parte do caminho nos é desconhecido.
Deus vê o caminho completo, nós só enxergamos até  a próxima curva.
A mim agora me basta caminhar até a próxima curva,
 o restante do caminho pertence a Deus.

Diário em 03 de julho de 2011

sábado, 22 de junho de 2013

Cair na real


Hoje é um daqueles dias que eu gostaria de ficar no sofá, curtindo meu edredom e assistindo garota interrompida, mas tenho umas coisas que preciso resolver. Não sou muito boa  com certas coisas, e quando o assunto é o coração, sou meio mole. Mas não quero adoecer, não posso. Então nada de dar muita atenção ao emocional, neste momento.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Quando você quiser escolher algo, escolha se amar mais.


Eu fiquei tanto tempo trancada nesse quarto depois que ele se foi. E tudo que vivemos ou melhor tudo o que eu vivi, porque sei que a maior parte eu vivi sozinha, foi tão intenso que quase não me lembro de como era a minha vida antes dele aparecer. 
Normal eu acho. Faculdade. Casa. Casa. Faculdade. E só. E um dia ele apareceu e não sei em quanto tempo, mas me lembro que foi em pouco tempo, tudo mudou. 
Sempre fui meio romântica não do tipo que acredita em príncipe e cavalo branco. Mas do tipo que acredita que quando duas pessoas se amam elas tem mais é que ficar juntas pra sempre. Mas como diz a música do Renato "o pra sempre sempre acaba". Um dia o meu "pra sempre" acabou. 
Estranho. Normalmente após o fim de um relacionamento você sofre. Você chora quando se lembra do outro e geralmente você se lembra do outro o tempo todo. Então você rasga as fotos daqueles momentos que você diz que queria se lembrar pra sempre. Junta todas as cartas antigas e declarações e presentes e faz uma fogueira enorme. Compra roupas novas. Corta o cabelo. E vai a a uma festa e fica com o primeiro carinha mais ou menos que aparecer só pra dizer que não tá tão ruim assim. Geralmente é isso que se faz. Mas eu me tranquei no quarto. Colecionei lâminas, cicatrizes e caixinhas de remédios  na prateleira. Passei a ouvir música instrumental e iniciei um gosto estranho por incensos.  

Eu achei que a minha vida tinha perdido o sentido ali. Como se  não houvesse mais chão sob os meus pés. Como se não houvesse mais vida. E na verdade não havia. Não havia a minha vida.  Todo aquele tempo que ficamos juntos eu vivi em prol dele. Vivi pra ele, pra faze- lo feliz e ou pra que ao menos se sentisse satisfeito. E eu nem pensei se eu estava satisfeita. Eu nem pensei em mim. Eu achava que pelo simples fato dele se interessar em me fazer parte de sua vida, eu devia recompensa-lo. Isso é estranho. Então quando acordei e vi que ele não estava mais ali pra me dar a mão, eu fiquei perdida porque eu não sabia planejar pra mim; não sabia pensar em mim; não sabia amar a mim.
Na psicoterapia, aprendi  a olhar pra dentro de mim e a perceber minhas próprias  vontades. Tive que aprender a cuidar de mim como se trata uma criança que acorda de repente num quarto escuro, vê que está sozinha e sente medo.  Foi um processo doloroso  mas que me fez bem. A maioria das pessoas não presta atenção as próprias emoções por isso a maioria adoece. Mas as feridas estão lá e precisam ser curadas.

Quando você tem a auto estima muito baixa você tem um tendência a atrair relacionamentos danosos. É como se você dissesse: "Nossa, um cara se interessou por mim. Vou fazer de tudo para recompensa-lo" Então você se submete a todo tipo de situação, mesmo que essas situações façam mal a você porque você não quer perde-lo, porque você acha que vai ser difícil encontrar outra pessoa; e você faz de tudo, tudo mesmo, para que essa pessoa se sinta feliz ao seu lado só porque ele se interessou por você. Quando na verdade você só precisa se amar mais e se valorizar.
Já faz um tempo que ele não está mais aqui ao meu lado, pra me estender a  mão. Mas agora eu só me tranco no quarto se eu quiser. Já sei andar sozinha. E penso que não vai ser um cara que vai me completar. É como diz o Caio F. : " A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?" Na maioria das vezes as pessoas só querem tapar buracos. Então se quer um conselho não ponha a sua felicidade como responsabilidade de alguém. Seja feliz por você mesmo e quando quiser escolher algo, escolha se amar mais.

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