terça-feira, 16 de março de 2010

( Paixões Inventadas)

Carta a um desconhecido...

Fico pensando onde posso te encontrar e caso isso aconteça o que lhe direi.Talvez me precipite ao tratar este sentimento como uma paixão mas acredite, é o que realmente sinto que acontece aqui dentro.
Das poucas vezes que te encontrei, nas ruas, ou em onibus, guardei seu jeito cortes de me cumprimentar, sua voz, seu rosto, seu sorriso. Até esses dias nem sequer sabia seu nome, e hoje tudo o que sei sobre voce se resume a isso.

Sinto como se não devesse sequer pensar em voce , um desconhecido... talvez eu apenas esteja me iludindo, talvez esteja fazendo de você mais um de meus amores inventados, por uma necessidade de carência, neste processo de sobrevivência a que me submeto diariamente...
Então decido não pensar, esquecer-te... passam -se dias sem que eu me lembre... mas quando te encontro, se te encontro... inevitavelmente sinto fluir dentro de mim um sentimento maravilhoso... que me acalma, que me rejuvenesce... se tenho algum ideal nesta vida, é você.

Tenho uma certeza estranha de que ao seu lado teria paz, de que você seria capaz de me completar de alguma forma... Se ao menos eu pudesse ter a chance de conversar com você , talvez tudo isso se resolvesse, talvez eu te esquecesse e me conformasse com um simples engano... normal em toda a vida.
Ou quem sabe , minha estranha certeza se confirmasse.
Quem é voce?Porque razão te mantenho vivo dentro de mim, como se já lhe conhecesse a tanto tempo?"

02 de dezembro de 2009

" Virtual "

Estou pensando em você ,
estou pensando em como você de um jeito tão incrível
é capaz de me compreender e me acolher quando me sinto só.

É tão estranho pensar desse jeito, desculpe, mas ás vezes vejo as coisas dessa forma.
Estou com saudades e me apavoro ao ver que uma barreira enorme se criou entre nós.
É ridículo mas as vezes fico me perguntando se você é real, se existe,
ou se é apenas mais uma invenção que eu criei.

Não quero me decepcionar com você e não quero que você se decepcione.

Acho que precisamos de uma chance...

...e quem sabe assim possamos ter a certeza de qual o lugar correto pra cada um de nós.
Há tanto tempo  não te conto minhas novidades antigas.
Tenho saudade de te ouvir contar seu dia .
Fico aqui ouvindo suas músicas.

Derepente ficamos ocupados demais.
Não quero perder a riqueza que nós temos, meu bem.
Não quero perder você de vista.

Acho que precisamos de uma chance...


Estupidez

Derepente senti tanta saudade de todo aquele verde das montanhas, saudades das pedras da BR, saudades do asfalto liso e veloz, saudades da música sertaneja , saudades de ouvir a voz do meu pai e de te-lo ali ao meu lado. É estranho , é estranho eu sei, mas derepente me senti estupidamente sozinha. Eu quis ficar sozinha , quis chorar mas, as praças estavam lotadas e havia tanta gente pelas calçadas que não quis nenhuma testemunha da minha tristeza .

Em pensar que eu havia saido de casa com a minha mãe , fomos juntas, de mãos dadas pelas ruas ... e agora eu estava me sentindo sozinha e ao mesmo tempo me sentindo culpada por ser tão egoista, por ser tão dura com ela. Eu reconheço, Deus! Eu reconheço o esforço que ela tem feito dede a separação, mas acontece que é esta a nossa realidade: uma família imcompleta. 
Era inútil tentar conter, as lágrimas caiam de meus olhos sem nenhuma timidez e todas aquelas pessoas que sequer me notavam , eu me sentia tão invísivel ...

"Mãe , eu vou ficar . Vou andar um pouco, depois eu vou pra casa." E então voltamos a nossa realidade, ao nosso dia-a-dia, voltamos sozinha as duas, como sempre desde então...

É tão estranho andar pelas ruas  e saber que meu pai e eu nunca estivemos ali, assim como é tão estranho estar em casa e não encontrar nenhum vestígio dele, nenhuma roupa, nenhum disco favorito, nenhuma xícara ... nada além de fotos velhas e marca  no sofá, nada além de lembranças, nada além do retrato na parede do meu quarto, sobre a cama, nada além do vazio que existe aqui dentro.

Quis estar indo de encontro a ele, quis estar na BR sentindo o vento no meu rosto , o verde e o asfalto sob meus pés... queria estar ali onde aqueles pastos parecem saber toda a minha história.
Nem a Catedral, nem o Museu, nem as pessoas nas calçadas e nas praças , nada disso é suficiente . E hoje me dei conta do quanto me sinto incompleta nesta cidade. Desejei nunca ter saido de lá , meu lugar predileto... onde éramos felizes e completos. Um pensamento estupidamente egoista, eu sei mas é a verdade,ao menos por agora e isso basta.

domingo, 7 de março de 2010

Mar do esquecimento

Ainda naquela última sexta-feira de Fevereiro as lembranças não me deixavam um minuto sequer. Eu me sentia palco, artista e platéia de um espetáculo que de certa forma compreendia uma parte significativa da minha vida .É mesmo assustador se deparar com duas personalidades tão diferentes e saber, que as duas mesmo tão distintas fazem parte do que você é, por dentro e por fora.
A vida tem dessas coisas e á medida que os anos passam , você percebe que coisas que você considerava importante na sua vida ,  já passaram e jamais você as terá de volta.

Assim , me lembro com saudades ... Do primeiro dia de aula e da sensação de estar num ambiente novo, me lembro do contato com pessoas novas , que fariam por um bom tempo parte do meu grupo de amigos , teriam seus nomes em meus cadernos de anotações e agendas de telefone, ganhariam convites para frequentar a minha casa e estariam entre aqueles que eu jamais  afogaria no mar do esquecimento.

Hoje , me lembro com saudades de cada nome... Juliana, Mayara, Jéssica, Laísa, Renata, Carol, Jennifer, Suellen, Gabriela ... e tantos outros nomes , que  Deus me perdoe não me lembro mais. Me lembro dos meninos... Raphael, Maicon, Ramiro, Wellington,Thiago, Felipe, Fabiano, Bruno, Diego, Frederico... e tantos outros ...

Ainda somos amigos ? Bem... ainda tenho seus nomes em meus contatos apesar de não nos falarmos já há tanto tempo... Alguns não tenho endereço, telefone, sequer notícias , mas seus nomes ainda estão em minha mente... ainda me lembro de alguns a fisionomia ...

O tempo , forte e imbatível por vezes vem me tirar partes do pouco que me restou... E eu me agarro a cada lembrança rara que me vem a mente, me agarro a fotos velhas, cartas antigas ... me agarro aos diários que não rasguei.

O que eu estou fazendo ? Ora, desculpe, mas não quero perder algo que foi tão bom na minha vida , pessoas que hoje são o que são , mas que um dia fizeram parte de mim e contribuiram para o que sou hoje. Sinto saudades sim, e de certa forma me sinto até sozinha demais... Mas tudo bem, afinal a vida tem dessas coisas ...

Hoje tudo o que restou foram apenas lembranças e em consequência disso nos tratamos com respeito e consideração.

Não estou dizendo que a amizade não exista... Uma vez uma das meninas me escreveu num bilhete , "Amigas são como estrelas embora longe nunca deixam de brilhar "...  Enfim só estou dizendo que sinto saudades ... e que apesar de tudo não os afoguei no mar do esquecimento, então por favor não me deixem naufragar.


Victor : uma tarde sem rumo ...

  Seus olhos se escondiam por detrás dos óculos de sol. Eu me sentia incomodada por nunca saber para onde ele estava olhando de fato. São através dos olhos que percebemos com o que realmente as pessoas se importam.Tinha um ar de mistério, e isso o tornava de certa forma atraente. Parecia perdido, talvez quisesse parecer estar perdido. Tinha anéis nos dedos e dizia gostar de rock.

  Devia ter uns 25 anos mais ou menos. Parecia ser uma pessoa bacana, bem viajada, mente aberta. Fez teatro , trabalhou como segurança , técnico em informática e tocava numa banda .Mas naquele dia porém, Victor estava perdido. Eu podia ver isso no modo como ele andava, no modo como falava, como agia, como olhava em volta. E então ele disse :

  - Não sei ... não sei se eu vou para casa...

  - Pois eu aposto que você não vai para casa. - desafiei.

Ele me olhou surpreso  :
  - E para onde você acha que eu vou ?

  -Não sei . Mas aposto que não vai para casa , nem para qualquer outro lugar que você possa querer ir eventualmente. Talvez fique andando por aí sem rumo , até se cansar, ou quem sabe até encontrar o que procura .

Tentei ver a reação dele por detrás dos óculos, mas todo ele era intransponível, indecifrável.

 É incrível como a todo tempo estamos fugindo ... Ás vezes as pessoas não querem ir para casa e ter de encarar o silêncio de uma casa vazia, e as paredes mudas e frias de um quarto. Então elas andam pelas ruas , afim de encontrar alguém, ou ser encontrado por  alguém que faça valer a pena , que faça valer a pena ter se levantado pela manhã. Isso é ser gente : fugimos na maioria das vezes e temos medo de ficarmos a sós com nossos pensamentos...

Quem sabe Victor não tenha mesmo ido para casa, quem sabe ainda esteja andando sem rumo por aí... Ou talvez eu esteja errada a seu respeito, pode ser que ele seja forte e pode ser que esteja em casa na companhia de alguém importante , e pode ser que tudo seja apenas aparência.

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